quinta-feira, 12 de setembro de 2013

LIÇÕES DE VIDA As pessoas nem sempre aprendem com as lições. Em vez de aproveitá-las para crescerem como seres humanos ficam lamentando e lastimando a má sorte. Eu vi no meu longo caminhar pessoas de muita coragem e fé, que passaram por grandes dissabores, sorrindo e enfrentando tudo que vinha pela frente como muita coragem e disposição. Vi outras que apenas vivem a reclamar de tudo que acontece e nada fazem para se ajudar. Lamentam cada ferida. Não aguardam o tempo necessário para que ocorra a cicatrização e trocam os pés pelas mãos machucando-se cada vez mais. Estas, infelizmente têm muito a aprender ainda. Mas a vida é generosa e vai oferecendo as oportunidades. A cada dia uma nova chance nos é dada. Tantas vezes a vida nos mostra que apenas um sorriso basta para afastar uma lágrima. Só um sorriso varre toda a tristeza. sonia delsin
A TRANSFORMAÇÃO Para se tornar a mais bela borboleta é necessário que a lagarta suporte o aperto do casulo e aceite a solidão da espera. Acontece com os lepidópteros exatamente isso. No silêncio da natureza ocorre a transformação e isso só vem nos mostrar com toda a clareza que para se transformar é necessário um tempo de reflexão. Muitas vezes não entendemos este tempo que levamos quietamente a aguardar que a transformação ocorra. As asas já moram lá dentro e amarrotadinhas aguardam apenas o amadurecimento, o tempo exato. Então, libertos do aperto é necessário a coragem e a disposição para esticar as asas e alçar voo. O espaço aberto é um fato e, a bela borboleta que dentro do casulo sonhava com esta liberdade, pode um dia desfrutar de toda a amplidão para soltar-se, para alcançar todos os seus sonhos. Se ela não tivesse tido a paciência de esperar seu desejo de voar jamais poderia se concretizar. Na vida, muitas vezes, precisamos passar por experiências dolorosas, precisamos ficar presos num casulo criado por nós mesmos para amadurecermos as idéias. Então sim pode ocorrer a transformação. Então sim a liberdade é alcançada e poderá ser desfrutada. sonia delsin
AS MARCAS QUE FICAM Um dia nos descobrimos tão cheios de cicatrizes. Não falo só destas do corpo, que tenho várias e não representam nada. Falo das marcas que nos ficam n’alma. Jovenzinha ainda eu tive que aprender que para crescer espiritualmente precisava passar por uma estrada forradinha de espinhos. Tive medo, claro! Era pouco mais que uma menina. Naquele tempo eu não sabia ainda por quais caminhos ia passar, o que me reservava o futuro. Acuadinha, fiquei num canto. Como um animal ferido eu tentava agredir a quem me oferecia carinho. Era uma maneira que encontrara para me defender do que não conseguia ainda entender. Presa naquele labirinto que a vida me colocava aos quinze anos eu conheci uma pessoa especial. Foi ela que me introduziu no caminho da fé e da coragem. Nunca me canso de dizer que foi o padre Emanuel que me ensinou com poucas palavras a vencer o medo e a doença e a encontrar Deus. Ele me mostrou só com sua doçura onde eu devia buscar a força para vencer tudo que a vida me traria. Foi o amigo que me mostrou que além do corpo físico existia muito mais. Com seu jeitinho carismático ele me ensinou a tirar as nuvens que encobriam o sol. A partir de então eu precisava seguir sozinha, mas eu já estava caminhando numa estrada nova... uma que me traria tanta alegria e tantos dissabores. A estrada da minha vida. Não seriam só as cicatrizes na minha matéria que aquela doença ingrata deixaria. Bem, as marcas eram mais profundas e talvez nunca eu me libertasse de todo delas. O Mané queria que eu aprendesse a lidar até com estas marcas. Em vez de lamentar o tempo que estive doente, ele me fazia entender que era através desta experiência que eu devia erguer a minha bandeira e começar a trilhar um longo caminho. Naquele tempo não entendi tão bem a sua mensagem. Na verdade levei alguns anos para entender, mas algo novo começava para mim. A experiência dura me fizera outra pessoa. Uma que lutaria a vida toda, uma que jamais ficaria caída. Uma que sempre buscaria vencer as adversidades da vida. sonia delsin