quinta-feira, 12 de setembro de 2013

AS MARCAS QUE FICAM Um dia nos descobrimos tão cheios de cicatrizes. Não falo só destas do corpo, que tenho várias e não representam nada. Falo das marcas que nos ficam n’alma. Jovenzinha ainda eu tive que aprender que para crescer espiritualmente precisava passar por uma estrada forradinha de espinhos. Tive medo, claro! Era pouco mais que uma menina. Naquele tempo eu não sabia ainda por quais caminhos ia passar, o que me reservava o futuro. Acuadinha, fiquei num canto. Como um animal ferido eu tentava agredir a quem me oferecia carinho. Era uma maneira que encontrara para me defender do que não conseguia ainda entender. Presa naquele labirinto que a vida me colocava aos quinze anos eu conheci uma pessoa especial. Foi ela que me introduziu no caminho da fé e da coragem. Nunca me canso de dizer que foi o padre Emanuel que me ensinou com poucas palavras a vencer o medo e a doença e a encontrar Deus. Ele me mostrou só com sua doçura onde eu devia buscar a força para vencer tudo que a vida me traria. Foi o amigo que me mostrou que além do corpo físico existia muito mais. Com seu jeitinho carismático ele me ensinou a tirar as nuvens que encobriam o sol. A partir de então eu precisava seguir sozinha, mas eu já estava caminhando numa estrada nova... uma que me traria tanta alegria e tantos dissabores. A estrada da minha vida. Não seriam só as cicatrizes na minha matéria que aquela doença ingrata deixaria. Bem, as marcas eram mais profundas e talvez nunca eu me libertasse de todo delas. O Mané queria que eu aprendesse a lidar até com estas marcas. Em vez de lamentar o tempo que estive doente, ele me fazia entender que era através desta experiência que eu devia erguer a minha bandeira e começar a trilhar um longo caminho. Naquele tempo não entendi tão bem a sua mensagem. Na verdade levei alguns anos para entender, mas algo novo começava para mim. A experiência dura me fizera outra pessoa. Uma que lutaria a vida toda, uma que jamais ficaria caída. Uma que sempre buscaria vencer as adversidades da vida. sonia delsin

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